sexta-feira, 20 de abril de 2012
O Maior Espectáculo do Mundo
Sorte a nossa, privilegiados que assistiremos ao maior espectaculoso do mundo! Os maiores de sempre estarão lá, na maior Arena da Europa. Qual final do Campeonato do Mundo! Qual final da Champions! Nada se compara ao grande Barça Real
quinta-feira, 19 de abril de 2012
"El Loco" ou Génio Incompleto
Não, não vou falar do nosso “loco” Abreu que tanto gostamos de ver no Bota Fogo e na seleção Uruguaia. Quero falar-vos de outro “loco”. Refiro-me a alguém que vive o futebol com uma paixão desmedida, alguém que luta pela utopia do jogo perfeito, de alguém que adora o protagonismo (das suas equipas) mas que é incapaz de dar entrevistas. Falo-vos de Marcelo Bielsa, o mais controverso entre os grandes treinadores mundiais.
Bielsa é um génio incompleto. É obcecado por dois momentos
do jogo – organização ofensiva e transição defensiva. Se o jogo de futebol
apenas contivesse esses dois momentos, certamente que Bielsa seria um mago
lembrado para todo o sempre. Acontece que a grande paixão que o liga à posse e
à tentativa de recuperar a bola instantaneamente logo após a perda, faz com que não
dê a mesma importância a dois momentos essenciais de um jogo de futebol.
Refiro-me pois claro ao memento defensivo e à transição ofensiva. Estes dois
momentos têm a importância, por exemplo, de fazer de José Mourinho o melhor
treinador de sempre, na minha humilde opinião.
Já vi Bielsa, em pleno seculo XXI jogar com uma defesa homem
a homem. Já vi Bielsa alterar totalmente o método defensivo de um jogo para o
outro. Já li que Bielsa descarrega uma enormidade de informação aos seus
jogadores momentos antes do jogo. Mas por outro lado, sei que Bielsa consegue
entrar na mente dos jogadores, sei que Bielsa trabalha de forma desmedida e
apaixonada. Sei que Bielsa é o único mortal que, com um Athletic de Bilbao,
consegue dominar totalmente um super rival como Manchester United numa
eliminatória a duas mãos.
Acho portanto que Bielsa é um génio incompleto e por isso
não ganha como Mourinho e Guardiola. Mas não deixa, por isso, de ser um treinador
apaixonante que consegue feitos inacreditáveis e que coloca todas as suas
equipas a jogar de forma fabulosa sempre que têm a bola e de forma asfixiante no
momento da perda.
Lanço um desafio. Reparem, hoje, no jogo contra o Sporting,
como reage o Athletic à perda de bola…
Algumas frases sobre “El Loco”
«Foi o
treinador que mais me ensinou. Tem defeitos, como todos nós, mas é muito fácil
trabalhar com ele. Possui uma capacidade inacreditável de mexer com a mente dos
jogadores» Martín Posse
«Ele tinha planos grandiosos e exigia que jogássemos como uma
equipa grande, para o título. Creio que para a maior parte dos jogadores isso
terá sido fatal. As pernas tremeram-lhes.» Juan Esnaider
«Certo dia, o seu irmão Rafael encontrou Marcelo sozinho no
meio do campo. Distraído, absorto nos pensamentos. Perguntou-lhe o que se
passava e a resposta foi desarmante.«Estou a a pensar como fazer o Ortega entender em cinco
minutos um conceito futebolístico que demora meia-hora a explicar». Ele sabia que a concentração do Ariel
não durava muito tempo.» livro: As razões do louco
«Antes de aceitar ser treinador do Barcelona, o Guardiola
consultou o maestro Bielsa. A conversa durou 11 horas. «Você conhece o lixo que rodeia o futebol e, ainda assim, quer
ser treinador. Porquê? Gosta de sangue?», perguntou Bielsa a dada altura.» (…) O argentino ainda deixou um
conselho a Pep para a relação com a imprensa. «É verdade. Disse-lhe que não
dava entrevistas e que só falava em conferências de imprensa. «Dar entrevistas
só a alguns? Não, isso é aproveitamento próprio.» A verdade é que Guardiola seguiu o
conselho e faz exatamente o mesmo.» livro: As razões do louco
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Como observar um adversário
No futebol é
banal uma equipa disputar um jogo e saber que há outras equipas a observá-la na
bancada. Saem todos os dias nos jornais, notícias disso mesmo, referenciando
que determinado clube enviou um elemento da sua equipa técnica com a missão de
observar um adversário.
A questão que
hoje lanço é a seguinte: O que é pertinente observar e como se faz essa
observação de um adversário.
Na minha opinião
estas duas questões terão sempre de passar por um entendimento entre o
treinador da equipa e o observador. O treinador deve especificar, quer na
forma, quer no conteúdo, aquilo que pretende que o observador observe e
analise.
Deixo-vos um
exemplo de uma das muitas observações que realizei. Aqui poderemos ver o que
foi observado e de que foi analisada toda a informação
quarta-feira, 14 de março de 2012
Vitória, uma questão de identidade
Pela primeira vez neste
blogue escrevo sobre o meu Vitória. Em altura eleitoral surgem ideias
financeiras e estratégicas, ideias importantes mas que, a meu ver, nunca
atingem a questão essencial e realmente estrutural para um clube grande e com
uma massa adepta apaixonada como o Vitória. Chamemos-lhe IDENTIDADE
FUTEBOLISTICA.
A minha ideia, não
utópica, passa por uma Identidade/modelo de jogo à Vitória, praticada e
treinada por todas as equipas, desde o plantel principal, passando pela equipa
B e acabando na formação. Não quer dizer que todos joguem em 4-3-3 ou em 4-4-2,
mas sim que todos conheçam, treinem e materializem em campo os grandes princípios
de jogo do clube, independentemente do adversário, do campo ou da classificação
actual da equipa. Este modelo tem como grande vantagem a adaptação rápida de
atletas nas mudanças para escalões superiores bem como um aumento de afinidade
entre a equipa e os seus sócios por força de um futebol ofensivo e atractivo
implementado pelo clube.
Para que tenhamos uma
perspectiva mais realista daquilo que falo, façamos um pequeno exercício
mental. Imaginemos o nosso Vitória a jogar sempre num bloco alto, pressionando
durante 90 minutos. Imaginemos um futebol em que a posse e o toque sejam
pressupostos obrigatórios e que a reacção à perda de bola (transição defensiva)
seja em pressing e não em recuperação. Imaginemos ainda a nossa equipa a
realizar transições ofensivas apoiadas utilizando toda a largura e envolvendo
muitos jogadores nesse momento de jogo. Imaginemos por fim uma equipa que
sempre que possível joga rápido nas bolas paradas tentando tirar partido da
desorganização momentânea dos adversários. Esta podia muito bem ser a nossa
equipa!
Mas, se esta forma de
pensar o futebol é tão boa e atractiva, então porque é que com excepção do Ajax e
do Barcelona praticamente ninguém a utiliza?
A resposta é simples.
Para que este modelo seja exequível é necessária uma equipa directiva à frente
do futebol do clube que entenda o jogo e seja forte nas suas decisões. Uma
equipa directiva com força e autonomia para contratar, mas principalmente para
dizer NÃO em algumas circunstâncias. Depois é necessário que o treinador da
equipa sénior seja escolhido com determinado perfil, pois se assim não for,
passam a ser apenas as suas ideias a prevalecer deixando de haver uma
identidade futebolística do clube. Assim o treinador X, com o perfil adequado,
chega ao clube e toma conhecimento da sua identidade futebolística, um modelo
no qual se identifica, utilizando-o e adaptando-o de uma forma rápida e natural.
É necessário ainda que
haja um modelo de jogador à Vitória, construído desde a formação ou através de
contratações que obedecem a um perfil bem definido, tanto do ponto de vista
mental como do ponto de vista das suas características técnico-tácticas.
Podem achar que esta é
apenas a minha utopia, mas acreditem, este é um modelo realista, já posto em
prática numa dimensão diferente. Acho que esta é altura ideal para pensarmos no
nosso clube de uma forma diferente, pois caso não tenham reparado, o Vitória
tem um potencial impar mas ano após ano vem sendo banalizado por políticas
erradas que acumuladas deram o resultado que infelizmente todos presenciamos.
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